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DA SUPERFÍCIE ÀS PROFUNDEZAS, E DE VOLTA – O Túmulo da Terra, de Yhuri Cruz

  • André Quevedo Pacheco
  • 27 de ago. de 2020
  • 1 min de leitura

“Descia ao túmulo mais profundo

Reunia os farelos de mim

E você me erguia:

– Sim, eu!”

Assim termina o poema de Yhuri Cruz O Túmulo da Terra (Pretusi), que o poeta-diretor utiliza de base para criar seu filme homônimo, em que ainda atua como protagonista. Nele, uma figura preta é perseguida por quatro outras, até que cada uma encontra uma máscara de granito, sendo a da personagem principal sem rosto.

Nas ruínas da atualidade: segundo o realizador, o curta seria uma tradução audiovisual do seu poema, que buscaria encenar um processo de subjetivação, em que a personagem principal encontra um rosto na ausência de rosto. Essa busca se associa a uma tentativa de retrabalhar os traumas da subjetivação e racialização de pessoas pretas, diretamente associadas a sistemas de violência social. Segundo texto de Castiel Vitorino Brasileiro, O Túmulo da Terra abriria um questionamento sobre esse processo: o que, na subjetivação preta, vale ser enterrado? E o que, como as máscaras, vale ser desenterrado?

Pedreira abaixo no ontem: pode-se encontrar na década de 70 um antecessor direto do filme – Alma no Olho, do ator e diretor Zózimo Bulbul...



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